CAPÍTULO I - Início da madrugada (Mônica)

E se eu te contar quem tá aqui na cidade, Mônica, tu vai se espatifar no chão. E com o cabelo mais comprido e a barba sem ser feita desde a época em que ele ainda sabia algo da tua vida", disse Geovane enquanto discava um número no celular. Mônica, pensativa, tentava acender um cigarro em frente ao bar às 3h45 da manhã. "Quem é, Geovane?", perguntou Mônica, franzindo o cenho. "Diabos!", gritou, quando seu último cigarro não acendia de jeito nenhum e o vento a fazia parecer amedusa, com aqueles cabelos negros dançando em volta de seu rosto.
"Alô, Vinicius?! E aí, cara, chega aí, tô na frente do Maktub", disse Geovane, aos gritos, principalmente após o expediente e autorizado a beber.
Mônica, ao ouvir quem era, esqueceu-se de seu cigarro e olhou fixamente para Geovane, incrédula. "Tá brincando, cara? O Vini!". "Eu te disse, Mô. O cara é uma lenda. Espera só quando eu disser pra ele que tu ainda não casou", disse ele, rindo e dando um soquinho no ombro de Mônica.
"Pois saiba que ele vai me apoiar nessa. Nada melhor que alguém insensato e diferente pra gente gastar um tempinho hoje, não é? Viva a sociedade alternativa, já diria ele".

Alguns minutos depois, com uma mala de couro marrom na mão direita e uma garrafa de uísque na outra, chegou Vinicius. O baterista mais louco da história da adolescência de Mônica. Dessa vez com o cabelo (muito) mais comprido e a grande mentira chamada "larguei o cigarro". Durante muito tempo foi ele quem olhou para Mônica e disse que não era errado ser "kamikaze". O problema sempre foi que, após confiar nisso, Mônica nunca soube quando parar de se atirar em coisas que não tinham a mínima perspectiva de darem certo.

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Autor Reckless Serenade.

Como diria Gabito Nunes: "eu é que tenho mania de - uns chamam de dom, outros de doença psíquica, e eu gosto de conceber isso como um estilo de vida - romancear tudo."

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