Talvez as cortinas de seu apartamento já estivessem ficando amareladas, devido ao pleno esquecimento de Mônica de pedir que sua mãe levasse-as para uma lavanderia ou algo assim. Seja lá onde se lavem as cortinas, elas precisavam sair dali logo, visto que a bronquite asmática de Mônica atacava toda vez que tinha pó perto de suas narinas.
A vida tava meio-assim-louca, tudo por causa de um abraço que não teve ou de um pedido que não recebeu. Quaisquer fossem as situações as quais ela estivesse passando no momento, nenhuma poderia mudar a falta que ela sentia dos últimos três meses mais alucinantes de sua vida. Onde ela sabia que tinha tudo e ainda assim insistia em ir empurrando com a barriga coisas que hoje em dia ela daria tudo pra ter de novo.
Talvez aquele cara nem esteja mais pensando no que passou e esteja mesmo mais preocupado com a sua festa de aniversário e o presente que pediu à Mônica.
Rindo e revirando-se na cama, Mônica encontrou-se em pleno estado de loucura. Loucura mesmo, daquelas que tu fica imaginando coisas e tentando achar um meio para que elas realmente aconteçam.
“Quem sabe se eu passar lá por perto amanhã. Quem sabe se eu ligar à meia-noite. Quem sabe se eu convidar para um almoço ou mesmo para um café depois das seis. Quem sabe... Quem sabe.”
Frases hipotéticas e insanas que ligeiramente se quebram ao despertar do dia. Sempre é assim, as coisas que ela pensa em fazer no dia seguinte antes de dormir acordam parecendo estúpidas e irracionais.
Não fosse pela vontade de olhá-lo nos olhos e perguntá-lo o que ele tem feito nos últimos meses em que foi feliz longe dela, ela já teria o esquecido. Mas, que gracinha que é essa menina. Insiste em se fingir de morta quando sabe que nenhum cara que ela conseguiu – digamos que teve a capacidade – de se relacionar chegaram a um dedo do que ele a fazia sentir.
Talvez tenha negado uns caras que realmente quiseram estar ao seu lado, e talvez isso tenha sido um baita erro. Mas, quem sabe um dia ela tente, não é? Questão de vontade e paciência pra deixar que um novo sentimento flua.
Mas ela vai correndo por ali, vai tocando suas novas canções em frente a lojas, bem no estilo de quem tem uma Ana na sua vida. Bem no estilo Ao Norte de Mim Mesmo.
A verdade é que todo mundo teve ou algum dia vai ter uma Ana, um Eduardo ou até mesmo uma Juliete.
Now I've got that feeling once again
I can't explain, you would not understand
This is not how I am
I have become comfortably numb
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