CAPÍTULO IV - Underground Music & Cigarettes (Vinícius)

Após tocar pela milionésima vez “Cachorro Louco”, a única que ainda sabia no violão, desceu do palco extasiado. Há muito tempo não fazia aquilo. Sentia falta. Porém, ao olhar em volta achou tudo estranho. O clima não era mais o mesmo de antigamente. Os aplausos e a alegria ficaram pra trás. “Até parece que esse pessoal não conhece a música!”, pensou. “Bom, quem não conhece Cachorro Louco?”.
Mas quando ouviu a vitrola tocando algo que era tudo, menos rock, falou para Mônica enquanto chegava à mesa: - É, as coisas não são mais como antes. Eles gostam disso?. – Tu ficou fora muito tempo, disse Mônica, entre um gole de uísque e uma tragada do cigarro. Quer um? Ofereceu um cigarro e Vinícius aceitou. “Putz, será que eu falo que não fumo mais?”, pensou. “Melhor não”. Deu uma tragada e se engasgou muito. – O que houve cara? Até parece que nunca botou um cigarro na boca, disse Geovane rindo. - Não foi nada. E aí Mônica, é esse aí o mais novo personagem das histórias que tu escreve?, disse Vinícius olhando fixamente para Santiago. – Ah, cala a boca, disse Mônica, levando Santiago pela mão para dançar.
Enquanto olhavam Mônica de longe, Geovane e Vinícius, entre um trago e outro, lembravam os velhos tempos. – Ela continua a mesma, não é?, disse Vinícius. – Certo que sim. – Tu sabe, Geovane, quanto tempo vai durar isso?, falou Vinícius apontando para os dois na pista de dança. – Quanto? – Até ela matar a curiosidade, só isso. – Provavelmente sim, mas eu torço pra que ela encontre alguém legal que entenda as loucuras dela. - Pois é Geovane, uma hora todo mundo acaba se arranjando e ficando sério. – Por que tu falou isso? Por acaso aconteceu contigo? – Isso é muito complicado e não quero falar agora. Garçom, traz mais uma!

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Autor Reckless Serenade.

Como diria Gabito Nunes: "eu é que tenho mania de - uns chamam de dom, outros de doença psíquica, e eu gosto de conceber isso como um estilo de vida - romancear tudo."

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