Mônica tinha decidido, há mais de um mês, que não mais
dependeria de Eduardo para viver um romance, fosse ele realmente existente ou
não. Estava indo bem, tinha conhecido
outro cara, tinha conseguido levá-lo para sua casa e até convidou-o para
ouvir seus discos mais raros. Superou-se, além do mais, em ter deixado que ele
concertasse uma lâmpada aqui, lavasse uma louça ali, passasse a noite ao seu
lado ou coisas do gênero. Mas acontece que sempre chegava um ponto que ela tomava
um choque de realidade e tinha noção de que não era mais Eduardo.
Não era mais Eduardo quem dividia um hotel em Porto Alegre ou quem hesitava em leva-la de volta para casa. Não era mais Eduardo quem batia na sua porta a qualquer hora do dia para convidá-la para tomar um vinho, mesmo que fosse o dos mais baratos. De certa forma, sentia falta de não precisar contar a ninguém que tinha alguém pra chamar de seu, porém, por outro lado, tinha a vontade de viver assim, podendo dizer que tinha alguém com quem dividir a cama nos dias mais frios do inverno. Sentia falta de ter alguém para ligar no meio da noite apenas para dizer que sentia falta de seu cheiro no travesseiro ou que o remédio pra dor de garganta não estava funcionando. Qualquer coisa dessas, que casais usualmente fazem e que de certa forma geram um vínculo quase que indecifrável por quem nunca teve algo parecido. Fazia mais de dois anos que não precisava dar satisfações a ninguém, e é por esse motivo que se tornava cada vez mais vulnerável quanto suas relações amorosas.
Podia até parecer egoísmo, mas tinha em sua mente que só chamaria alguém de ‘’seu’’ se esse alguém fosse Eduardo. Sabia que cometia um grave erro em sempre deixar que a culpa pela sua carência excessiva e impulsividade caísse nas mãos dele, mas ainda assim relutava em fazer com que ele sentisse que as coisas poderiam ter acontecido de um jeito diferente.
Não era mais Eduardo quem dividia um hotel em Porto Alegre ou quem hesitava em leva-la de volta para casa. Não era mais Eduardo quem batia na sua porta a qualquer hora do dia para convidá-la para tomar um vinho, mesmo que fosse o dos mais baratos. De certa forma, sentia falta de não precisar contar a ninguém que tinha alguém pra chamar de seu, porém, por outro lado, tinha a vontade de viver assim, podendo dizer que tinha alguém com quem dividir a cama nos dias mais frios do inverno. Sentia falta de ter alguém para ligar no meio da noite apenas para dizer que sentia falta de seu cheiro no travesseiro ou que o remédio pra dor de garganta não estava funcionando. Qualquer coisa dessas, que casais usualmente fazem e que de certa forma geram um vínculo quase que indecifrável por quem nunca teve algo parecido. Fazia mais de dois anos que não precisava dar satisfações a ninguém, e é por esse motivo que se tornava cada vez mais vulnerável quanto suas relações amorosas.
Podia até parecer egoísmo, mas tinha em sua mente que só chamaria alguém de ‘’seu’’ se esse alguém fosse Eduardo. Sabia que cometia um grave erro em sempre deixar que a culpa pela sua carência excessiva e impulsividade caísse nas mãos dele, mas ainda assim relutava em fazer com que ele sentisse que as coisas poderiam ter acontecido de um jeito diferente.
Ainda sentava na varanda, acendia um cigarro, enrolava os
cabelos com os dedos e esperava que de repente algum carro aparecesse na frente
de seu apartamento. Fazia um tempo que Eduardo não passava por lá, e cada vez
mais ela começava a se esquecer do gosto que o vinho tinha. “Talvez outra vez”,
pensava ela, “talvez mais tarde...”. Assim terminavam os dias, finitos e
efêmeros, portanto sempre a fazendo ter certeza de que talvez fosse demorar até
ela conseguir virar o disco ou deixar que a lua iluminasse um novo olhar.
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