Clara queria poder olhá-lo nos olhos e dizer-lhe que não
quer mais vê-lo, que não quer mais escutar seu nome no meio de uma festa ou
atender às suas ligações dispersas. Queria poder, a partir desse momento,
entender o porquê de tudo ter chegado até esse ponto. Até o ponto de ela
começar a pensar que errou em tentar entregar-se para alguém que, de certa
forma, nunca quis receber alguém. Alguém que de tanto faltar amor, esqueceu que
poderia amar novamente e que tinha Clara. Que era Clara quem sorria toda vez
que o via, que era Clara que passava horas esperando que o telefone tocasse e
que pudesse ouvir a voz de Anthony.
Algumas pessoas dizem que quando algo não acontece, é porque
simplesmente não estava nos planos do destino. Pergunta-se todos os dias como
as coisas estariam sendo agora se não tivesse se afastado, se não tivesse
atravessado o oceano para encontra-lo novamente depois de duas semanas. Talvez estivesse
ao lado dele, aturando com a cara a bater as mil e umas mentiras que ele sempre
conseguira inventar e manipulá-la a acreditar, mesmo que todos dissessem que
não passavam de falácias. Talvez estivesse sofrendo mais do que agora que não
mais o tem.
_ Juro que eu nunca vou entender o porquê de tu ter me
ligado de novo. – dizia ela, sentada ao lado dele na cama, com apenas a lua
iluminando o rosto dos dois.
_ Eu tive vontade. Eu tinha saudades de falar contigo. – disse ele, pegando na sua mão e sorrindo levemente.
_ Deixasse por aquilo. Eu nem deveria estar contigo agora. – disse Clara, puxando o casaco dele para perto e vestindo-o.
_ Será? Tu não quer estar aqui? – disse Anthony, puxando-a para perto de si.
_ Eu disse que eu apenas não deveria. – repetiu Clara, balançando a cabeça como que não acreditando que ainda continuava ali, ao lado dele.
_ Eu tive vontade. Eu tinha saudades de falar contigo. – disse ele, pegando na sua mão e sorrindo levemente.
_ Deixasse por aquilo. Eu nem deveria estar contigo agora. – disse Clara, puxando o casaco dele para perto e vestindo-o.
_ Será? Tu não quer estar aqui? – disse Anthony, puxando-a para perto de si.
_ Eu disse que eu apenas não deveria. – repetiu Clara, balançando a cabeça como que não acreditando que ainda continuava ali, ao lado dele.
Talvez nem ela algum dia entenda o que enxergou nele que
pudesse ser levado em conta como algo que pudesse acrescentar em sua existência.
Pode ser que não seja algo que ele tenha dito ou feito, mas o sentimento que
veio junto com ele. Fez com que ela sentisse que não queria estar longe dele,
que ela apenas gostaria de dormir nos seus braços e não ver o sol nascer.
Mas o sol nasceu, ela pegou um táxi e deu-lhe um beijo
demorado, como que com a certeza de que seria o ultimo. Afinal, ele tinha
outras meninas para encontrar no dia seguinte, e ela não seria uma delas. Até
porque entendia que não merecia estar entre uma de suas opções, e sim ser a
única.
Desejou que pudesse viajar, sumir, levar apenas consigo as
pessoas que não lembrariam a sua presença e livros novos, músicas novas e novas
esperanças. Mesmo que tivesse começando a se arrepender de ter se jogado de
cabeça nesse pseudo-romance, entendia que ela não poderia perder o medo de arriscar,
e sim ter a coragem de entender que pra todo fim existe um novo começo.
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