Ouvia aquelas músicas e lembrava-se de quando estava no
avião, olhando para a cidade iluminada que a cada minuto parecia mais distante,
da mesma forma que os seus pensamentos e as suas decisões. Inclinou-se para
perto da janela e concentrou-se em acompanhar o piscar da luz que não cessava
na ponta da asa do avião. Ao olhar para os lados, viu que era a única acordada.
De fato, fazia algumas horas em que ela não conseguia pegar no sono, seja por
conta das turbulências a cada dez minutos ou porque a consciência pesava e a
dúvida não a deixava pensar em outra coisa a não ser ele.
Anthony tinha se tornado frio, de uma hora pra outra, durante
todo aquele tempo que em que ela estivera longe. Talvez tenha sido pela forma
com que ela o tratava toda vez que ele batia na sua porta de madrugada dizendo
que precisava dela. Ou talvez tenha sido por conta daquela ultima noite em que
voltaram para casa quando o sol nascia e mal conseguiam se olhar nos olhos, e
quando se olhavam, não conseguiam sorrir. Não sabiam do amanhã, do que
aconteceria após a volta dela, ou se estavam mesmo se apaixonando um pelo
outro.
E se estivessem? Se estivessem, os planos seriam outros para quando ela voltasse. Mas será que tanto Anthony quanto Clara estariam preparados para olharem um no olho do outro e acreditarem que não vivem mais sozinhos?
Será mesmo que as brigas que terminavam com beijos sem fôlego seriam um motivo pra deixar que as coisas tivessem algum sentido?
E se estivessem? Se estivessem, os planos seriam outros para quando ela voltasse. Mas será que tanto Anthony quanto Clara estariam preparados para olharem um no olho do outro e acreditarem que não vivem mais sozinhos?
Será mesmo que as brigas que terminavam com beijos sem fôlego seriam um motivo pra deixar que as coisas tivessem algum sentido?
Ele era diferente dela, em tudo. Gostava de passar anos da
sua vida apenas esperando que as coisas acontecessem, e ela, queria que tudo
acontecesse por conta de seus atos, e no agora, por favor. Ele se atrasava, ela
era a rainha da pontualidade. Ele fumava um cigarro atrás do outro, ela se
irritava porque sabia que ele só fazia isso quando estava estressado.
_ E agora, o que a gente faz? – dizia ele, apoiando uma
garrafa de cerveja no capô do carro e vestindo seu casaco, com uma cara
inquisitiva.
_ Agora a gente não faz nada. Já temos um trato. Eu vou cumpri-lo. – disse ela, abrindo a porta do carro e rindo ironicamente.
_ Então tá. – disse ele, entrando no carro e ligando o som.
_ Agora a gente não faz nada. Já temos um trato. Eu vou cumpri-lo. – disse ela, abrindo a porta do carro e rindo ironicamente.
_ Então tá. – disse ele, entrando no carro e ligando o som.
Aquelas últimas lembranças passavam como um filme em sua
mente enquanto observava a escuridão do céu e o piscar daquela luz. Sentia como
se estivesse voltando não para encontrá-lo, mas para desencontrá-lo. Sentia
medo de chegar lá e não vê-lo mais encostado no carro e desviando o olhar docemente. Queria poder dizê-lo que sabia que ele a esperaria, na medida do
possível. Se isso aconteceria ou não, ela saberia. Saberia se tivesse
voltado pra casa.
I think I'll miss you forever
Like the stars miss the sun in the morning skies
Late is better than never
Even if you're gone i'm gonna drive, drive
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