Deitou na cama, ficou observando a luz que invadia o seu quarto e que de certa forma a irritava. Fechava e abria os olhos com a calma de quem está com o seu pensamento tão longe que mal controla seus estímulos nervosos. Queria vê-lo a qualquer custo, nem que fosse para dizê-lo que entrar naquele avião não faria com que ela resolvesse ir atrás dele e impedi-lo de nunca mais voltar. Talvez se arrependesse de sempre estar fingindo não estar dando importância para a onipresença dele e para o jeito com que ele conseguia tirá-la do sério. Levantou lentamente, pegou o celular e olhou por alguns segundos.
Até que a Inglaterra não é tão longe - pensou - não tanto quanto a China. Mas e se ele ficasse lá? E se ele cumprisse a promessa de apenas voltar quando ela decidisse o que queria de uma vez por todas? Ela sabia que queria estar com ele, mas preferia sempre dizer que não gostava de tomar decisões e que quem cuidava da vida dela era ela.
Talvez naquela noite ela decidiria. Acendeu um cigarro, abriu a janela e botou pra tocar John Mayer na faixa 7.
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