Talvez um pouco Summer.

"Ele é um cara legal, curte o mesmo estilo de música que eu curto e pouco se importa com o que os outros dizem", certamente, esse cara podia fazê-la feliz ou mostrá-la um pouco do que ela ainda não viu. Mas simplesmente não aconteceu, não por falta de interesse intelectual ou físico, mas porque aquela vontade súbita de ter alguém nos braços não acendeu. Sempre acostumada a agir com a emoção, ela simplesmente não conseguiu ver naquele cara alguma coisa que a fizesse ter certeza de que daria certo. Pode ser que desse, não é? Aí que está o problema. "Nada pode dar certo esse ano", ela repete como quem sabe que se deixar que dê certo, sabe que todas as outras coisas vão desandar. Não por burrice, mas por total falta de controle de si mesma, que a torna cada vez mais dependente de coisas que a fazem esquecer das coisas ruins do mundo.

Ela não quer amar demais, se apegar demais, sair demais ou qualquer coisa "demais".

Nada se compara a certeza de ter alguém do lado, sabendo que esta pessoa está ali contigo não porque curte tuas curvas ou porque gosta do bolo de chocolate que tu faz, mas sim porque quer estar ali contigo. Quer te beijar, te afagar e te mostrar que não vai sair dali enquanto não arrancar um sorriso teu. Ela gosta de saber que esses amores ainda são capazes de existir e que podem ser verdadeiros.
Mas o que a assusta nisso tudo, no momento, é acabar ficando cega devido a uma paixão. Bem como na última vez, em que ela deixou-se apaixonar e acabou amando sozinha.

Como uma maldita adolescente, ela fica totalmente insegura se sai à noite ao invés de estar estudando em casa. Fica de cara consigo mesma quando sai por algum motivo maior. Fica estressada por saber que possam existir motivos maiores para que ela saia.
Mas ao mesmo tempo ela sabe que se abaixar a cabeça e estudar três capítulos de física, ela vai precisar reler, porque sua cabeça estava em outro lugar enquanto ela estudava.
Ela desliga o celular, some das redes sociais e deixa que a bateria do iPod acabe. Ela evita olhar fotos, ela deleta números no celular, apaga mensagens, destrói qualquer vínculo que a empeça de fazer o que ela precisa fazer. Parece idiotice, mas ela sabe que qualquer deslize talvez a deixe confusa e acabe com todas as suas certezas.

Mas voltando ao cara do primeiro parágrafo, esse cara é massa. Apesar de demonstrar um pouco de desespero, ela gostou desse jeito meio louco dele. Mas ao mesmo tempo não pode negar que não consegue ver nada além com ele. Qualquer motivo de explicação não faria sentido, então é melhor pensar que “não foi dessa vez”. Talvez em outra esquina, em outro café ou daqui alguns anos esse pensamento mude. Mas enquanto ele continua o mesmo, ela evita fazê-lo pensar que as coisas estão progredindo. Ele é massa, mas ela não consegue vê-lo como um novo romance.


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Autor Reckless Serenade.

Como diria Gabito Nunes: "eu é que tenho mania de - uns chamam de dom, outros de doença psíquica, e eu gosto de conceber isso como um estilo de vida - romancear tudo."

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